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A importância de se planejar finanças

Por Danielle Ruas
DSC_0250Independente de ser pessoa física ou jurídica, fazer o planejamento financeiro com antecedência é a melhor forma para não se enforcar em dívidas. Inclusive, um dos grandes problemas das pessoas, de modo geral, é tentar fazer um planejamento eficaz, porque mesmo quando existe um controle do dinheiro, há muita dificuldade de supervisionar as despesas, já que muitas delas não estão aparentes. Esta é a opinião do assessor financeiro da FS Advisors, Leonardo Lemos Rodrigues, que, em entrevista à Revista Dedução, comenta que muitas pessoas costumam gastar mais do que ganham, gerando dívidas e, consequentemente, prejuízos que acabam por inviabilizar o negócio.

O planejamento financeiro é a base para estabilidade da economia familiar e das empresas?

Ninguém planeja falhar, mas às vezes falham por não ter um plano. O planejamento financeiro pode ser compreendido como uma projeção de todas as receitas e despesas que indicarão a situação econômica de uma pessoa e/ou empresa. Com um planejamento financeiro adequado, é possível estimar quanto estará disponível para definir sua utilização. Se tivermos organização e disciplina no planejamento financeiro, será possível atingir os objetivos estabelecidos, aplicar nas melhores alternativas de investimentos, mitigar riscos e identificar as melhores oportunidades de produtos ou serviços. Algumas considerações são importantes, como: identificar a situação atual e mapear todos os fluxos de entrada e saída e recursos financeiros; planejar os cenários macroeconômicos e monitorá-los regularmente ao longo do tempo; e mapear as atitudes a serem tomadas diante dos cenários planejados e mensurar resultados. Desta forma, é possível afirmar que o planejamento financeiro é fundamental para o indivíduo e empresa que tem um objetivo definido para ser atingido.

O que os empreendedores devem fazer para a empresa trazer resultados melhores, principalmente neste momento de crise e incertezas no mercado?

Agir diante desses momentos de crise e incertezas exige planejamento. Acredito que informação e cautela são essenciais. Para o desenvolvimento de qualquer planejamento, pessoal ou corporativo, a informação é fundamental para o seu melhor posicionamento em cenários adversos. Considerando inicialmente o indivíduo, quanto mais informações ele conseguir sobre produtos e serviços disponíveis no mercado, maiores serão as chances de acerto para proteção de seu patrimônio e independência financeira. Do lado corporativo, conhecer minuciosamente o segmento que a empresa está inserida, ou seja, seus concorrentes, parceiros, colaboradores, clientes, fornecedores e a conjuntura política e econômica do(s) país(es) que a empresa se encontra. A cautela nas decisões diante de situações extremadas servirá tanto para o indivíduo quanto para a empresa. Assim é possível notar que as atitudes mapeadas em cenários estabelecidos, dentro de um planejamento, serão executadas e absorvidas com mais facilidade pela família ou empresa. Não espere que o momento difícil se aproxime para se preparar, muitas vezes em meio a momentos conturbados são tomadas decisões precipitadas e às vezes irreversíveis.

Planejar finanças é algo caro e complicado?

Eu não acredito que seja algo caro, uma vez que o planejamento bem definido trará todos os benefícios e resultados previamente definidos. Planejar talvez seja algo trabalhoso, diante da necessidade de atualizações e revisões de cenários que serão atravessados pelo indivíduo ou pela empresa. Porém, planejar é fundamental para a sobrevivência da família e continuidade da empresa em seu setor. É importante que o planejamento financeiro pessoal ou corporativo seja realizado por um profissional devidamente qualificado, experiente, preferencialmente certificado pelos órgãos reguladores e com postura ética indiscutível.

Quais são os principais passos para um planejamento financeiro?

Considero sete passos importantes: fazer economia, ou seja, definir um valor para poupar e não ficar apenas com o que resta no final do mês; ganhar mais e gastar menos, mesmo que haja necessidade de um plano “B” para ampliar a renda; controlar as despesas de forma metódica; conhecer e contratar seguros de vida e de saúde; investir corretamente, nas modalidades do perfil de risco, com regularidade e conhecimento; evitar contrair dívidas, ou saber administrá-las mitigando seus riscos. Além disso, é importante aproveitar a vida não trabalhando apenas pelo dinheiro.

Como as famílias devem implantar bases estruturais que permitam um controle maior de suas finanças?

Eu acredito que os quatro pilares para uma vida financeira saudável são: proteção para saúde, fundo de reserva para emergências, proteção para família e proteção contra invalidez do principal provedor de recursos. Assim é possível prosseguir com acumulação de capital, sua preservação e multiplicação e concluir com a sucessão patrimonial.

É possível abandonar vícios e hábitos de consumismo desenvolvidos durante décadas?

Sim, desde que aprendamos o real significado de “desejo” e “necessidade”. Comprar uma infinidade de produtos ou contratar serviços que se apresentam como oportunidades “imperdíveis” não significa realizar bons negócios.  Adquirir o que realmente necessitamos para conquistar um sonho pode ser mais difícil, mas esse hábito o transformará em uma pessoa mais consciente.

O brasileiro tem o hábito de comprar agora e pagar depois. Qual sua opinião sobre isso?

Eu não condeno o hábito do pagamento posterior à compra, desde que esteja dentro do orçamento. A utilização adequada do crédito, através de cartões plásticos ou virtuais, carnês, boletos ou cheques pré-datados, pode ser benéfica para aqueles que não controlam nem registram seus gastos. Os programas de fidelização também podem oferecer vantagens para quem sabe administrar suas finanças. Quem realmente optar por esta modalidade deve ficar muito atento às taxas de juros cobradas nos casos de pagamento posterior à compra.

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