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Cenário portuário pode afetar diretamente a economia nacional

*Por Raphael Nascimento

Ao analisar o funcionamento dos portos brasileiros, vejo que eles têm como principal desafio inserir a economia brasileira na divisão internacional do trabalho. Como são eles que realizam a interface entre o transporte marítimo e terrestre, a atividade portuária não está ligada ao desempenho de um determinado setor econômico do país, e sendo assim, é evidente a preocupação dos setores público e privado quanto ao aumento da sua eficácia técnica.

Além disso, um dos principais problemas que os portos nacionais enfrentam estão relacionados ao tempo de entrega, aumento dos preços e prejuízos para as empresas envolvidas nas operações. Nessa linha, soma-se os congestionamentos em rodovias, falta de pátios para caminhões, planos de movimentação ineficientes, como também restrições para a navegação dos navios por conta da baixa profundidade em alguns portos, limitações burocráticas e bloqueio na execução de obras.

Apesar do desempenho portuário estar mais voltado para o mercado internacional, o viés de exportação e importação de uma economia levanta um estado de alerta contínuo para o setor. Portanto, é importante que as empresas de logística estejam com o foco em uma manutenção das aberturas econômicas do país para a translação da atividade privada, visando melhorias nos padrões de qualidade exigidos pelo mercado internacional. Com isso, abre-se um caminho para fomentar as atividades portuárias a fim de se garantir um nicho de mercado em todas as atividades geradoras – exportação, importação e até mesmo o mercado interno – e alcançar um patamar de qualidade.

Pensando em gerir processos mais eficientes, é respeitável salientar que a indústria de transporte marítimo têm sofrido profundas mudanças nas últimas décadas que a transformaram em uma atividade capital intensiva, com consequências sobre a geração excedente de mão de obra ao redor do mundo.

É o caso do desenvolvimento da tecnologia do transporte de contêiner, que impôs reestruturações significativas aos portos, tanto no que se refere aos equipamentos, aos espaços industriais dotados de infraestrutura para importação de matérias-primas, geração de valor agregado a partir dessas e reexportação ou distribuição interna, como também na existência de terminais especializados para esse tipo de operação.

Certo dessas tendências, o gestor necessita fazer uma análise completa sobre a performance de sua empresa em relação aos portos brasileiros ligados aos corredores de exportação, que são hoje, os que mais realizam movimentação desse tipo de carga. Assim como acompanhar, junto a sua equipe, os demonstrativos e relatórios que possam fomentar a capacidade de seus serviços, criando uma ligação entre processo, produtos e pessoas.

Com subsídios voltados para motivação de conexidade, grau de coerência e flexibilidade, o atual panorama desse setor adota um caráter ainda mais relevante. O que explica, de outro lado, um conjunto de pressões sobre os portos brasileiros para que eles estejam estruturalmente adequados para atender aos novos ritmos dos fluxos internacionais.

Impacto Ambiental

A Lei 8.630 sobre Modernização Portuária, reformada nos anos 90, indica a necessidade e a urgência de adequação estrutural dos portos. Os impactos causados pelo processo de modernização colocam em evidência a minimização de conflitos ambientais, a preocupação com o presente e futuro, e busca ações conjuntas com setores ambientais, de forma a que os resultados, prejuízos e benefícios sejam importante para todos.

*Raphael Nascimento é especialista em gestão estratégica de empresas e negócios. Possui ampla experiencia em atividades de exportação e gestão de armazenagem, produção e custos. Atuou em parcerias com grandes empresas do setor de exportação como Usina Alto Alegre S/A, Guarani S/A, Tereos Sugar & Energy Brazil, Renault do Brasil, BMW Group, liderando diversas operações e atividades do setor.

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