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Como o IASB avalia a prolixidade das notas explicativas

REDAÇÃO

As cada vez mais extensas notas explicativas constantes nos balanços das empresas brasileiras têm tomado mais tempo dos profissionais e investidores que precisam entendê-las e esclarecido bem menos do que deveriam. A constatação consta de um estudo apresentado em 11/11/2013 pela professora de contabilidade e controladoria Edilene Santana Santos, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), durante sua exposição no X Seminário Internacional CPC Normas Contábeis Internacionais, organizado em São Paulo pela Fundação de Apoio ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis (FACPC).

“No mundo todo, houve crescimento no volume de dados das notas explicativas, porém com queda na qualidade das informações”, disse Amaro Luiz de Oliveira Gomes [foto], membro do conselho do International Accounting Standards Board (IASB, o Comitê Internacional de Normas de Contabilidade). A entidade promoveu um seminário em janeiro, em Londres, na Inglaterra, a fim de tratar do problema e oferecer sugestões para aprimorar as notas explicativas. Uma delas é esclarecer a aplicação do princípio de materialidade e, com base nele, publicar somente informações concretas.

De acordo com Amaro Gomes, percebe-se que, sobretudo nos primeiros anos depois da adoção das IFRS (normas internacionais de contabilidade estabelecidas pelo IASB), ocorre nas notas explicativas o que vem sendo chamado de checklist (lista de verificação): cada pronunciamento do IASB é entendido como obrigação de divulgação, sem levar em conta a materialidade do fato. Em decorrência disso, redigem-se textos que mais complicam que esclarecem as razões do desempenho da empresa. Há casos de companhias que simplesmente reproduzem nas notas explicativas as normas baixadas pelo IASB, sem nenhum valor informativo.

No âmbito doméstico, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) vai reunir-se em dezembro para propor medidas que melhorem a qualidade das notas explicativas e submetê-las à consulta pública. “Temos de buscar formas mais equilibradas e menos custosas para isso”, afirmou Aldo Bertolucci, da CNI, para quem o Brasil ainda é um país medieval em termos de publicação de balanços, em razão da obrigatoriedade de que ainda sejam impressos em jornais, mesmo com a popularização da internet.


Crédito da foto que ilustra este texto: Danille Ruas.

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