quinta-feira , março 28 2024
Início / GESTÃO E TENDÊNCIAS / Contabilidades disruptivas ganham cada vez mais mercado

Contabilidades disruptivas ganham cada vez mais mercado

Depois de quebrarem paradigmas no mercado brasileiro, muitas empresas que apostaram na contabilidade disruptiva agora visualizam, em um futuro bem próximo, o status de unicórnio. Caracterizadas pela inovação, elas criaram e fazem uso de plataformas digitais para levar facilidade aos clientes, além de economia real em tributos, atingindo alto valor de mercado – como já ocorre com aplicativos de mobilidade urbana, setor imobiliário e bancos digitais, por exemplo.

 

Empresas unicórnios são startups – isto é, empreendimentos nascidos com alto grau de inovação, escalabilidade, recorrência e boas margens – que alcançam, em breve período, valor de mercado igual ou superior a 1 bilhão de dólares. Esse salto é possível por conta do aporte de investidores, que reconhecem na startup a disrupção, e identificam considerável potencial de expansão e até dominação de determinados mercados.

Já as contabilidades que seguem esta tendência são aquelas que estão revolucionando a forma de prestar serviços contábeis, fiscais e financeiros às empresas. Um critério elementar é ter nas soluções de tecnologia da informação sua forma de atuação. São negócios automatizados, que realizam procedimentos por meio de robôs e promovem análises a partir da inteligência artificial. Reduzindo significativamente o uso de pessoas, com muito mais velocidade e assertividade. Afinal, os dois estão cada dia mais raros no Brasil e no mundo: bons profissionais e uma contabilidade veloz e assertiva, dado a alta complexidade do sistema tributário brasileiro: estima-se que existam 2 bilhões de cenários tributários no país, o que causa atrasos e erros constantes. 

A quebra de paradigmas, porém, não está atrelada apenas ao fato de ser um serviço on-line, oferecido e executado por meios digitais. Uma contabilidade com um perfil  disruptivo se apropria das tecnologias da informação para colocar no mercado serviços e soluções inovadores, capazes de ampliar o conceito de contabilidade em si. Com isso, conquistam reconhecimento no mercado, agregam valor à marca e ao mercado e se alçam a postulantes a unicórnio.

“A contabilidade mais convencional desaparecerá nos próximos 5 a 10 anos, quando atingir o ‘estado da arte’, no qual não se enxergam mais análises e apurações fiscais, nem lançamentos contábeis ou fechamentos de balanços, nem mesmo pagamentos e até mesmo auditoria, pois tudo será automatizado e feito pela Inteligência Artificial”, sublinha o fundador e CEO da ROIT, Lucas Ribeiro.

Fintech com sede em Curitiba e clientes das mais variadas atividades, em todo o país, a ROIT é exemplo de que a tecnologia da informação é apropriada para a oferta de serviços para além das convencionais geração de guias, prestação de contas e outros procedimentos operacionais. Com 5 anos – foi constituída em janeiro de 2016 -, a ROIT está consolidando soluções tecnológicas que operam de forma integrada o contábil, o fiscal e o financeiro, de grandes empresas. A ROIT é a única Fintech voltada para as grandes, com soluções efetivas e expressivas, transformadoras das áreas que estão abaixo de um CFO (Chief Financial Officer).

“Mesmo os processos operacionais mais complexos, que exigiam interação humana, já são feitos por meio da robotização. O profissional de contabilidade tem que atuar apenas nas etapas essencialmente estratégicas. Isso tem garantido a prestação de serviço de gestão contábil, fiscal e financeira não só mais rápida, como extremamente correta, com alto grau de acuracidade. É a contabilidade no estado da arte, em tempo real”, frisa Lucas Ribeiro.  

Para se ter uma ideia, os robôs contadores da ROIT já atingiram a marca de 8 milhões de lançamentos contábeis sem intervenção humana e mantêm 98% de assertividade. Segundo a fintech, eles já respondem por 10 das 12 etapas que, em média, compõem o fluxo de um processo contábil. Assim, ao profissional cabe operar em apenas dois momentos específicos, para análises e decisões estratégicas.

Tal atuação promete levar a ROIT ao valor de US$ 1 bilhão até 2023, tornando-se, assim, unicórnio, calcula Lucas Ribeiro. Soma-se a esta estratégia, o posicionamento com soluções e integrações efetivas com ERPs de grande porte e soluções financeiras globais, como a australiana CashFlowStory.

Na mesma expectativa encontram-se outras contabilidades inovadoras, porém focadas em micro e pequenas empresas, como a ContabilizeAqui, que também é uma das referências nacionais em inovação tecnológica na prestação de serviços contábeis. Seu idealizador e sócio, Leandro Batagin, endossa as palavras de Lucas Ribeiro: para ser disruptiva, não basta ser online, é imprescindível a tecnologia e a inovação.

Atendimento especializado e prático, serviços a valores mais acessíveis, democratizando o acesso à gestão contábil por parte de empresas de vários portes também caracterizam uma contabilidade, de fato, disruptiva. Citando o professor Clayton Christensen, de Harvard, Leandro Batagin afirma: “acreditamos que para quebrar paradigmas, não basta ser on-line. É preciso oferecer preços atrativos, tecnologia, suporte humanizado e conhecimento técnico”.

Ressaltando os quase 28 anos de atuação da ContabilizeAqui (primeiro como Escritório Santa Isabel), Leandro Batagin pontua que, com a contabilidade disruptiva, a economia mensal das micro e pequenas empresas com gestão contábil pode chegar a 90%. “O acesso à contabilidade inovadora possibilita que grande parte dos empreendedores brasileiros consigam regularizar o seu negócio para crescerem e continuarem a empreender”, enaltece.

E qual o caminho a ser seguido rumo ao valor de mercado de US$ 1 bilhão e passar a ser unicórnio? Para Leandro Batagin, isso não pode ser objetivo central de nenhuma empresa, “pois, como dizia Steve Jobs, ‘o dinheiro é importante para conseguir as coisas, mas não pode ser o seu objetivo principal’. Uma boa ideia apenas não se sustenta, o que vale mesmo é como se coloca essa ideia na prática. Se a sua ideia for disruptiva, na prática, se torne sustentável e escalável, a sua empresa se tornar unicórnio será uma consequência”.

Para tanto, o idealizador do ContabilizeAqui, que tem base em Capivari, interior de São Paulo, insiste em alguns aspectos: “O valor dos serviços é um dos atrativos, mas não é o único. A ContabilizeAqui prioriza oferecer serviços de qualidade, que exige colaboradores comprometidos, acesso a uma plataforma onde o cliente consegue ter o histórico de sua empresa, suporte via plataforma, telefone e whatsapp”, exemplifica.

Além da ROIT e da ContabilizeAqui, a Agilize e a Contabilizei são outros casos de contabilidades disruptivas, que cada vez mais ganham notoriedade e trilham um percurso que tende ao título de unicórnio.

Segundo o Doing Business, ranking do Banco Mundial que trata da regulamentação do ambiente de negócios, o Brasil está na 184ª posição de 190 quando o assunto é pagar impostos: um prato cheio para o sucesso destas startups de alto rendimento, que visam, justamente, diminuir a alta carga tributária, além de oportunizar gestão eficiente e crescimento às empresas.

Além disso, a mesma entidade indica que o brasileiro gasta, por ano, 1.500 horas no cálculo e pagamento de tributos, enquanto a média nos demais países da América Latina gira em torno das 300 horas por ano. “Nós estamos trabalhando bastante para reduzir essa desvantagem competitiva, com inteligência artificial e robotização”, finaliza Ribeiro.

Próximo Post

Tecnologia e IA como potencializadoras no desenvolvimento ESG de empresas

À medida que a consciência ambiental, social e de governança – ESG se torna uma …