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Crise econômica em 2015: desemprego e alta dos impostos

Por Katherine Coutinho

Estamos em uma crise econômica. Isso não é mais mera conjectura, mas um fato. Alta nos preços que não corresponde a um aumento nos salários, demissões, redução de benefícios. A economia do país não caminha firmemente, mas também não está se desequilibrando sozinha. Essa tendência afeta ainda outros países também, como Grécia, Itália, Espanha e Portugal. Mas como sair dessa maré de alta de inflação e queda no crescimento do Produto Interno Bruto – PIB enquanto países da zona do euro estão levando anos para se recuperar? Para o professor Agostinho Celso Pascalichio, mestre em Teoria Econômica pela University Of Illinois at Urbana-Champaign/USA, o caminho escolhido pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é o mais indicado para quem deseja uma recuperação possível.

Segundo o professor do Mackenzie, em um cenário otimista, é possível que o Brasil se recupere da crise em dois anos. Mas o remédio para a cura é amargo: é preciso que haja o reajuste fiscal, o que significa alta nos impostos. Esse é o caminho escolhido pelo novo ministro e pelo secretário da Receita Federal do Brasil, Jorge Rachid. “Precisamos controlar a inflação. Esse é um dos passos que deveremos focar este ano para impedir um declínio ainda maior da economia brasileira. Outro ponto, além do reajuste fiscal, é aumentar a nossa credibilidade”, opinou Pascalichio.

Alguns especialistas estão prevendo um crescimento em 0% em 2015. Outros, menos otimistas, esperam um recuo em torno de 1%. A taxa de desemprego deve aumentar esse ano, principalmente no setor de serviços, por causa do aumento nos impostos. O que preocupa, uma vez que esse setor foi o responsável por segurar os índices de desemprego em 2014.

As mudanças, mesmo necessárias, podem gerar insatisfação, principalmente com a redução de benefícios como o seguro desemprego. Questionado pelo Portal Dedução sobre a maior eficácia no combate à crise de um ajuste no orçamento geral da União, o professor afirmou que a medida seria eficaz e possivelmente traria um retorno mais rápido, mas depende de vontade política para acontecer.

O que nos trouxe até aqui

A crise econômica pela qual passamos não teve início agora. Vem sendo anunciada há pelo menos dois anos. De acordo com o mestre em Teoria Econômica, é o fruto de uma política heterodoxa, que acredita que os gastos governamentais devem provocar crescimento econômico sem gerar prejuízo, o que na prática, não seria possível.

“Hoje estamos muito mais sujeitos à variação do preço dos comodites, que provocam um resultado negativo em transações correntes. Tivemos superávit em contas de capital e déficit em transações correntes em 2014. Pela primeira vez o câmbio está dependendo da economia norte americana. O que significa dizer que o crescimento da maior potência econômica do mundo pode alavancar o nosso crescimento também, assim como o da China”, explicou o professor, que é doutorando em Energia no Instituto de Eletrotôcnica e Energia da Universidade de São Paulo/SP.

O problema teria se agravado com a decisão do governo de desvalorizar o Real para não prejudicar a exportação frente ao preço do dólar, o que não foi visto com bom olhos pelo mercado financeiro, gerando insegurança.

Pascalichio aponta outro problema: um imediatismo que leva à falta de planejamento econômico em longo prazo no Brasil. Fica a pergunta: como estruturar um país sem um planejamento futuro de ações e reações?

 

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