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Empresas retrocedem em práticas de sustentabilidade

Uma pesquisa realizada pela BDO, empresa de auditoria e consultoria, com 130 organizações revelou um retrocesso por parte de algumas empresas na adoção de práticas de sustentabilidade.

O estudo englobou questões relacionadas às estratégias de negócios voltadas à sustentabilidade empresarial e como tais temas são tratados atualmente pelas companhias. Também abordou temas e subtemas envolvendo stakeholders e os principais assuntos que marcaram os anos de 2015 e 2016, de forma a perceber como eles impactaram nos processos e nas tomadas de decisões.

“Em âmbito geral, houve um declínio de importantes indicadores de sustentabilidade. Isto ocorre devido ao cenário atual vivido pelas empresas, que exige medidas emergenciais de redução de custos e substituição, cancelamento e adiamento de projetos, inclusive os relacionados ao tema. Entretanto, os períodos de crise não devem afetar de forma significativa as ações de sustentabilidade, que deveriam estar no DNA das empresas”, ressalta Mauro Ambrósio, sócio para a área de sustentabilidade da BDO.

O levantamento mostrou que, na relação entre a empresa e o meio ambiente, os resultados referentes ao cenário de coleta seletiva e correta destinação também apresentaram decréscimo em comparação ao ano anterior – 82% dos entrevistados informaram que promovem essas atividades, contra 90% do estudo anterior, publicado em 2015. Já em relação à realização de um inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE), 60% afirmaram não elaborá-lo.

Governança corporativa
No quesito governança corporativa, 87% das companhias concordam que as práticas agregam valor ao negócio da empresa. Porém, apenas 78% das empresas afirmam possuir incentivos e práticas anticorrupção e 17% utilizam o código de ética como forma de precaução e combate à corrupção. “Apesar da consciência da importância desse conceito, há ainda uma lacuna para sua implementação efetiva”, acredita.

Ainda segundo o levantamento, 77% incentivam os colaboradores a contribuir com projetos voluntários de cunho ambiental e/ou social. Desse total, só 18% liberam horas de trabalho para esses projetos, 28% coordenam internamente projetos dos quais os colaboradores podem participar e 30% incentivam, mas sem oferecer nenhum tipo de suporte aos colaboradores que desejam ser voluntários. Das empresas envolvidas no relatório, 52% afirmaram incentivar e financiar projetos culturais, sendo que 54% afirmam monitorar seus resultados.

Já sobre a Lei de Cotas, 39% afirmam possuir colaboradores com deficiências e têm política específica de contratação de pessoas especiais, enquanto 43% ainda não contam com nenhum portador de necessidade especial. Outro ponto relevante é que 81% das organizações não definem qual o percentual mínimo de negros e mulheres em seu quadro de profissionais. “Infelizmente, o mercado corporativo não se deu conta da diversidade em seu ambiente organizacional, necessidade fundamental para a sustentação de seu negócio”, ressalta o sócio da BDO.

“Sabemos que é desafiador adotar e disseminar a cultura pautada na sustentabilidade. Entretanto, é importante que tais questões estejam atreladas ao cerne da organização, uma vez que, em longo prazo, as corporações que não obtiverem consciência poderão ter resultados desfavoráveis”, conclui Ambrósio.

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