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Gestão de riscos empresariais ainda é pouco madura no Brasil, afirma KPMG

Mais de metade das empresas (56%), que participaram de um levantamento realizado pela primeira vez pela KPMG sobre gestão de riscos, apresenta maturidade abaixo da classificação intermediária (madura), sendo 29% no nível fraco e 27% no sustentável. Segundo ainda o estudo, 40% delas estão no nível maduro, 2% no integrado e apenas 2% no avançado. Essas conclusões estão na primeira edição da “Pesquisa da Maturidade do Processo de Gestão de Riscos no Brasil” realizada recentemente e que reuniu informações de mais de 200 organizações de diversos setores da economia.

“A gestão de riscos precisa fazer parte de uma agenda executiva global, pois as organizações têm enfrentado desafios cada vez mais complexos relacionados a inovações, concorrência, mudanças geopolíticas e tecnologias disruptivas. Quem não conseguir aperfeiçoar a abordagem de gestão de riscos em um ambiente em constante evolução colocará em dúvida o crescimento e a sustentabilidade das organizações”, afirma a sócia-diretora da KPMG no Brasil, Renata Bertele.

Outro dado que se destaca é que o gerenciamento de riscos ainda é recente na maioria das empresas, já que apenas 44% dos entrevistados têm processo estabelecido há menos de três anos e 20% há menos de um ano. Segundo 62% dos participantes, o nível do entendimento do processo de gestão de riscos dos colaboradores é baixo ou inexistente e 56% disseram que ela não é considerada na avaliação de desempenho dos executivos e gestores.

O estudo apontou ainda os principais riscos, segundo os entrevistados, que afetam as empresas: regulatórios (63%), operacionais (60%), de tecnologia da informação (34%), associados à execução da estratégia de negócios (31%) e as condições econômicas e de mercado (30%).

As conclusões da pesquisa também indicaram que 69% dos entrevistados não integram a gestão e o planejamento estratégico. Por outro lado, questionados se esse gerenciamento favorece o alcance dos objetivos estratégicos, 96% dos respondentes afirmaram que sim.

Etapas de implementação

Sobre os principais influenciadores para a implementação da gestão de riscos, os entrevistados apontaram a melhoria na implantação das práticas de governança corporativa e visibilidade interna e para o mercado (70%), o desejo de reduzir a exposição ao risco em toda empresa (70%), a motivação para melhorar o desempenho corporativo (37%) e a necessidade de evitar escândalos éticos e de reputação (37%).

Já com relação aos obstáculos mais citados para a implementação da gestão de riscos, os participantes da pesquisa destacaram ausência de cultura no tema (65%), existência de outras prioridades (56%) e falta de clareza em relação aos benefícios potenciais (52%).

“Muitas vezes, os obstáculos crescem mais rápido que a habilidade das empresas responderem a eles. O ambiente complexo do mercado requer uma capacidade ainda mais forte das empresas dominarem e otimizarem o processo de gestão de riscos”, completa a sócia-diretora da KPMG, Renata Bertele.

A pesquisa da KPMG também destacou as etapas envolvidas para a construção de um processo de gestão de riscos eficiente, indicando os principais benefícios da identificação do nível de maturidade desse gerenciamento: fornecer uma visão do grau de maturidade ao Conselho de Administração; prover diretrizes para aprimorar o processo; identificar pontos fortes e os que precisam ser desenvolvidos para prover recomendações; planejar e direcionar os investimentos e recursos para os pontos mais relevantes do processo; revisar o posicionamento da gestão e interações com demais funções de compliance, auditoria interna e controles internos; e gerar resultados com baixo tempo de resposta.

Sobre a pesquisa

A “Pesquisa da Maturidade do Processo de Gestão de Riscos no Brasil” foi conduzida a partir de 38 perguntas com foco nos sete elementos da metodologia de gestão de riscos da KPMG e considerou os atributos desses elementos na escala de cinco níveis: fraco, sustentável, maduro, integrado e avançado. O questionário foi aplicado em uma plataforma web entre os meses de novembro e dezembro do ano passado, reunindo informações de 204 respondentes que atuam em organizações de diversos setores da economia. Destaca-se ainda que 42% dos executivos que participaram do estudo atuam em empresas com mais de três mil colaboradores e 45% delas registraram faturamento superior a R$ 1 bilhão de reais no último ano. Além disso, 37% dos respondentes mantém cargos Executivos ou são membros de Conselhos ou Comitês.

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