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Mesmo sendo um bom negócio, a permuta exige precaução

artigoAlessandro Candiani*

A massificação da internet e das redes sociais está reativando o “escambo” direto entre pessoas ou empresas com muita velocidade. São inúmeros os grupos de trocas! Troca-se de tudo: roupas, livros, carros, imóveis, móveis, objetos, entre tantas outras coisas. As palavras “permuta”, “desapego”, “rolo” e “toma lá, dá cá”, se tornam cada vez mais comuns, devido à facilidade de comunicação e a publicação de fotos e informações.

Porém, é necessário tomar cuidado, pois infelizmente a facilidade pode vir disfarçada de golpes, pessoas ou empresas mals intencionados. Neste caso, o melhor mesmo é desconfiar e procurar uma maneira mais profissional e segura de fazer permuta, já que é realmente o negócio do momento. Com a crise, uma das saídas encontradas por algumas companhias é trocar produtos e serviços “ociosos” – com baixa procura – por aquilo que precisam. Por exemplo, uma loja de roupas que precisa vender toda a coleção de inverno e não consegue – por causa da queda no movimento de consumidores -, pode colocar parte desse estoque em permuta e trocar por, por exemplo, um novo sistema de segurança ou serviços de faxina. Com o dinheiro economizado, poderá reforçar a coleção “primavera-verão”.

Companhias de diferentes portes estão optando pelo negócio, porém são precavidas e tomam muito cuidado. O recomendável é entrar numa rede de permuta séria, que faça intermediação no negócio, que ultrapasse o comércio de troca bilateral – muito praticada virtualmente. O ideal é buscar o inovador conceito multilateral onde cada cliente opta pela quantidade e pela qualidade do produto ou serviço que “adquire”, determinando de quem o adquire e pagando-o em Unidades de Permuta (UPs), que são créditos recebidos em troca dos produtos ou serviços disponibilizados e vendidos no intercâmbio.

Outro cuidado a ser tomado é que a permuta deve ser previamente avaliada, contendo preços, prazos e condições de venda. Lembrando que, pela legislação brasileira, os impostos e tributos para vendas em permuta não são diferentes das vendas em dinheiro, sendo obrigatória a emissão de nota fiscal entre as partes.

Se a sua empresa ainda não pratica permuta, uma pergunta a ser feita é se a companhia prefere pagar em dinheiro os produtos ou serviços a serem adquiridos, ou pagar com seus próprios serviços ou produtos. Quando o empresário entende que pode adquirir com a troca serviços que precisa na companhia – como segurança, limpeza, entregador, logística, publicidade, impressão, entre outros; e produtos como papelaria, produtos de higiene, brindes etc. -, a resposta se torna óbvia: se vou adquirir o que preciso, pagando com o que tenho, vale a pena, sim, pagar em permuta.

*Alessandro Candiani é presidente da Permute

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