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Um a cada três consumidores digitais utilizam fintechs, diz estudo da EY

Os níveis de adoção das fintechs na vida dos consumidores aumentaram no mundo todo nos últimos 18 meses, o que torna esses serviços preparados para uma adoção global em larga escala. É o que aponta o estudo FinTech Adoption Index, recém-lançado pela consultoria EY (Ernst & Young). O índice mostra que esse movimento é impulsionado principalmente por mercados emergentes. No grupo formado por China, Índia, África do Sul, Brasil e México, 46% dos consumidores ativos de serviços digitais recorrem às fintechs – bem acima da média global. No Brasil, que se destaca principalmente pelo uso de serviços de pagamentos, investimentos e de planejamento financeiro, as Fintechs fazem parte da rotina de 40% dos clientes digitais. O principal motivo pelo qual os brasileiros afirmam adota-las se dá pela facilidade para abrir e gerir suas contas e pelo acesso a novos produtos e serviços, enquanto que a principal barreira para adoção é justamente não estar ciente da existência dos mesmos, demonstrando que há espaço para que as FinTechs ampliem seus negócios com a criação de conscientização sobre a tecnologia.

Considerando os usuários dos 20 mercados abrangidos pela pesquisa, baseada em 22 mil entrevistas online, uma média de 33% – ou 1 a cada 3 – dos consumidores digitais utilizam serviços das fintechs. China e Índia, que se destacam pelo elevado acesso da população à tecnologia, embora com segmentos financeiramente desassistidos, contam com as maiores taxas de adoção – 69% e 52%, respectivamente, o que novamente demonstra como os emergentes catalisam o segmento. “Empresas financeiras tradicionais precisam urgentemente reavaliar o modelo de negócio para garantir que podem continuar atendendo às necessidades dos consumidores, que mudam rapidamente. A disrupção não é mais um risco, mas sim uma realidade incontestável”, afirma Francisco Aranda, sócio de consultoria da EY para o mercado financeiro.

Fintechs brasileiras estão entre os grandes expoentes desse movimento

Mas essa evolução também impacta as economias mais desenvolvidas. O Reino Unido também mostrou crescimento significativo. Por lá, 42% dos consumidores digitais adotaram as fintechs. Assim como nos emergentes, os britânicos reconhecem as vantagens desse segmento, como conveniência, simplicidade, transparência e personalização. O país ainda representa um dos poucos mercados onde o uso desses serviços é maior entre as mulheres – 44% das britânicas são usuárias regulares das fintechs, enquanto entre os homens esse percentual é de 39%.

Pagamento e seguros online impulsionam adoção

O FinTech Adoption Index avalia os serviços das fintechs em cinco categorias amplas: transferência de dinheiro e pagamento; planejamento financeiro; economias e investimentos; empréstimos; e seguros. Nos 20 mercados consultados, o segmento de transferência de dinheiro e pagamento online segue com o maior volume de adoção, atingindo 50% dos usuários em 2017, ao passo que 88% antecipam que pretendem utilizar esse serviço no futuro. Contribuíram para esse aumento novas modalidades como bancos exclusivamente digitais e pagamentos feitos por smartphones no momento do checkout.

O segmento de seguros também mostrou ganhos enormes, deixando de estar entre os serviços das fintechs menos utilizados em 2015 para se tornar o segundo mais popular em 2017, chegando a 24% dos usuários. Isto se deve principalmente ao crescimento de tecnologias como telemática e wearables – que ajudam seguradoras a preverem melhor a probabilidade de pedidos – e também à inclusão de websites de comparação de serviços nessa categoria.

“As fintechs estão ganhando tração em vários mercados globais e já atingiram uma adoção massiva em diversos países. Essas companhias, principalmente nas áreas de pagamento e seguros, têm sido bem sucedidas em construir o que elas fazem de melhor: alavancar a tecnologia de forma inovadora e colocar o cliente no foco”, afirma Aranda.

Usuários também utilizam ativamente economia compartilhada e serviços on-demand

Dos usuários recorrentes das fintechs, 40% utilizam serviços on-demand (como delivery de refeições), enquanto 44% participam regularmente da economia compartilhada (como serviços de compartilhamento de carros). Por outro lado, dos que dizem não recorrer às fintechs, apenas 11% usam com frequência serviços sob demanda e compartilhados.

Como esperado, os millennials – na faixa dos 25 aos 34 anos – representam o segmento mais voltado ao uso de tecnologias financeiras, seguido pelo público com idade entre 35 e 44 anos. No Brasil, mais de 50% adotam os serviços das Fintechs e a projeção é que este número seja ainda maior no futuro, podendo chegar a 80%. Além de se sentirem confortáveis com o uso da tecnologia, pessoas nessas faixas etárias dependem de uma ampla gama de serviços financeiros por conta de marcos pessoais importantes, como completar a formação educacional, obter emprego em período integral, adquirir um imóvel ou ter filhos. Mas há uma adoção crescente das fintechs entre as gerações mais experientes, o que corresponde a 22% dos usuários ativos digitais com idade de 45 a 64 anos e 15% dos usuários regulares com 65 anos ou mais.

A ascensão do ‘super usuário’

O estudo também identificou um novo segmento: o ‘super usuário’, que utiliza cinco ou mais serviços de fintechs e correspondem a 13% de todos os consumidores nos mercados consultados. Esse grupo considera o setor como a primeira opção dentre os prestadores de serviços financeiros.

O EY FinTech Adoption Index aponta que a adoção das FinTechs está pronta para ser ampliada em todos os 20 mercados pesquisados. Com base nas perspectivas dos consumidores entrevistados, o estudo aponta que o uso desses serviços pode crescer a uma média de 52% dos usuários no mundo todo, com os maiores crescimentos em países como África do Sul, México e Cingapura.

“Já vemos hoje uma colaboração entre as empresas financeiras tradicionais e as fintechs e além de ser um caminho sem volta esse movimento tende a aumentar. Com isso as empresas financeiras buscam cada vez mais entregar uma experiência mais integrada e personalizada para seus clientes intensificando seus esforços para permanecerem competitivas em um mercado com novos concorrentes”, conclui Aranda.

Fonte: Agência Brasil

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